A astrometria inicia com a composi��o do primeiro cat�logo de estrelas.
Hiparco de Nicéia (c.190-c.120 a.C.), considerado o maior astrônomo da era pré-cristã,
construiu um
observatório na ilha de Rodes, onde fez observações durante o
período de
147 a 127 a.C. Como resultado,
ele compilou um catálogo com a posição no
céu e
a magnitude de 850 estrelas. A magnitude, que especificava o brilho da
estrela, era dividida em seis categorias, de 1 a 6, sendo 1 a mais
brilhante, e 6 a mais fraca visível a olho nu. Hiparco deduziu corretamente
a direção dos pólos celestes, e até mesmo a
precessão, que é a
variação da
direção do eixo de rotação da Terra devido
à influência
gravitacional da Lua
e do Sol, que leva cerca de 26 000 anos
para completar um ciclo.
Para deduzir a precessão, ele comparou
as posições de várias estrelas
com aquelas catalogadas por Timocharis de Alexandria
(c.320-c.260 a.C.) e Aristyllus de Alexandria
150 anos antes (cerca de 283 a.C. 260 a.C.).
A astrometria teve grande desenvolvimento nos pa�ses �rabes. Em 850, Alfraganus (Ahmad ibn Muhammad ibn Kathir al-Farghani) escreveu Kitab fi Jawani (Um compendium da ci�ncia das estrelas), com valores revisados da obliq�idade da ecl�ptica, do movimento de precess�o dos apogeus do Sol e da Lua, e da circunfer�ncia da Terra. Albatenius (Abu Abdallah Muhammad ibn Jabir ibn Sinan ar-Raqqi al-Harrani as-Sabi al-Batani) (853-929), na S�ria, calculou os tempos de lua nova e a dura��o do ano solar (365 d 5 h 46 m 24s) e sideral, e a precess�o dos equin�cios (54,5" por ano). Seu trabalho mais importante s�o as tabelas al-Zij al-Sabi, traduzidas para o latim por Plato Tiburtinus como De Motu Stellarum.
No s�culo X, Azophi (Abd al-Rahman al-Sufi) (903-986), da P�rsia, realizou observa��es das estrelas, determinando suas posi��es, magnitudes, cores e fez desenhos de cada constela��o, em seu Livro de Estrelas Fixas. Neste livro aparecem pela primeira vez as gal�xias (pequenas nuvens) Andromeda e a Grande Nuvem de Magalh�es. O eg�pcio Ibn Yunus (Abu al-Hasan 'Ali abi Sa'id 'Abd al-Rahman ibn Ahmad ibn Yunus al-Sadafi al-Misri) (c. 950-1009) observou mais de 10 000 vezes a posi��o do Sol durante muitos anos, usando um astrol�bio de 1,4 m de di�metro, no Cairo, Egito. Publicou as tabelas astron�micas al-Zij al-Kabir al-Hakimi, por volta do ano 1000. Suas observa��es dos eclipses foram utilizadas s�culos mais tarde pelo astr�nomo canadense-americano Simon Newcomb (1835-1909), diretor do The Nautical Almanac Office do United States Naval Observatory, para investigar o movimento da Lua. Outras observa��es de Ibn Yunus foram utilizadas pelo matem�tico e astr�nomo franc�s Pierre-Simon, marqu�s de Laplace, (1749-1827), no Obliq�idade da Ecl�ptica e Inequalidades de J�piter e Saturno. O iraniano Abu-Mahmud al-Khujandi (c.940-1000), de suas observa��es do Sol com um sextante, calculou a obliq�idade da ecl�pica em 23�32'19" (23,53�), comparado com a estimativa atual da obliq�idade no s�culo X de 23�35'.
No s�culo XV, o pr�ncipe e astr�nomo persa Ulugh Beg (Mirza Mohammad Taregh bin Shahrokh) (c.1393-1449) construiu um sextante com 36 m de raio com o qual compilou o Zij-i-Sultani, onde catalogou 1019 estrelas. No s�culo XVI, o otomano Taqi al-Din (Taqi al-Din Muhammad ibn Ma'ruf al-Shami al-Asadi) (1526-1585) construiu o observat�rio de Istambul e inventou um rel�gio mec�nico, com molas, com o qual mediu com precis�o a ascens�o reta das estrelas, revisando o Zij-i-Sultani de Ulugh Beg.
Com as observações simultâneas de
Jean Richer (1630-1696) em Cayenne,
na Guiana Francesa,
Jean Picard (1620-1682) e Olaus Rømer (1644-1710) em Paris,
Giovanni Domenico Cassini (1625-1712)
estimou a paralaxe de Marte como 15" entre Cayenne e Paris
(7200 km de dist�ncia, 25" total, 2RTerra)
e, considerando que Marte está a 1,52 UA do Sol, determinado por Johannes Kepler,
estimou o valor da UA como 140 milhões de km. O valor correto
é de 149,597870691 milhões de km.
Para comparação,
o olho humano só consegue detectar ângulos maiores que
cerca de 1'=60".
A primeira tentativa de medir a paralaxe das estrelas pelo astr�nomo ingl�s
James Bradley (1693-1762) ocorreu em 1729,
e embora o movimento das estrelas fosse insignificante para seu telesc�pio, ele descobriu
a aberra��o da luz (1729, Philosophical Transactions of the Royal Society, XXXV, 637),
e a nuta��o do eixo da Terra (1748, Philosophical Transactions of the Royal Society, XLV, I),
ap�s observar seu per�odo completo, de 18,6 anos.
Seu cat�logo de 3222 estrelas foi refinado em 1807 por
Friedrich
Wilhelm Bessel (1784-1846), o pai da astrometria moderna, medindo a
primeira
paralaxe estelar: 0,3" para a estrela bin�ria
61 Cygni. Bessel recebeu o pr�mio
Lalande
do Instituto da Fran�a por sua tabela de refra��o,
baseada nas observa��es de Bradley. Bessel foi o primeiro astr�nomo a considerar que antes de poder usar uma medida,
ele precisava determinar todos os tipos de incertezas que pudessem afetar a medida. Ele tamb�m calculou
os movimentos pr�prios das estrelas observadas por Bradley.
Como a paralaxe das estrelas � pequena, somente 60 estrelas tiveram sua paralaxe medida at� o fim do s�culo XIX. Somente com a automa��o das medidas de placas fotogr�ficas, na d�cada de 1960, foi poss�vel compilar com efici�ncia grandes cat�logos.
Nos anos 1980 os CCDs (Charged Coupled Devices) substitu�ram as placas fotogr�ficas e reduziram as incertezas �ticas para a faixa de alguns milisegundo de arco. � importante notar que 1 mili-segundo de arco (msa) � equivalente ao tamanho angular de uma pessoa na superf�cie da Lua vista da Terra. Para atingir esta precis�o, foi necess�rio corrigir pelo efeito de desvio da luz pelo Sol previsto pela relatividade geral, e que � de 1,7 segundos de arco na borda do Sol, e 4 mili-segundos de arco a 90� do Sol. De 1989 a 1993, o sat�lite da Ag�ncia Espacial Europ�ia (ESA) Hipparcos (High-Precision Parallax Collecting Satellite) obteve astrometria em �rbita, escapando das distor��es da atmosfera da Terra, medindo a posi��o, paralaxe e movimento pr�prio de 118 218 estrelas, com precis�o de miliseguindos de arco. O cat�logo Tycho incluiu dados de 1 058 332 estrelas, com precis�o de 20 a 30 msa. O cat�logo Tycho 2, de 2000, soma 2 539 913 estrelas, e inclui 99% de todas as estrelas mais brilhantes que magnitude 11. Atualmente o cat�logo do US Naval Observatory, USNO-B1.0, de todo o c�u, mant�m a posi��o, magnitude e movimento pr�prio de mais de um bilh�o de estrelas, at� V=21. Durante os �ltimos 50 anos, 7435 placas Schmidt foram utilizadas pra complet�-lo, com precis�o de 0,2 msa e 0,3 mag em cinco cores [David G. Monet et al. (2003, Astronomical Journal, 125, 984]. O Gaia-PS1-SDSS (GPS1) Proper Motion Catalog combina a astrometria do Gaia Data Release 1, Pan-STARRS 1, SDSS e 2MASS para calcular o movimento pr�prio de 350 milh�es de fontes cobrindo 3/4 do c�u at� mr=20, com incerteza sistem�tica menor que 0,3 msa/ano, e precis�o t�pica de 1,5 a 2,0 msa/ano. A miss�o espacial Gaia (Global Astrometric Interferometer for Astrophysics) da European Space Agency, com 106 CCDs cobrindo 0,5×1 m, est� em opera��es no ponto lagrangeano 2, a 1,5 milh�es de km na dire��o antisol, desde 2014. Em 25 de abril de 2018 ser� liberado o Data Release 2, com a paralaxe e movimento pr�prio de mais de 1 bilh�o de estrelas.
A posi��o de uma fonte astron�mica no c�u � uma de suas caracter�sticas mais importantes, pela necessidade pr�tica de distinguir de maneira inequ�voca a fonte e poder observ�-la. A posi��o de uma fonte � definida atrav�s de coordenadas celestes. Estas coordenadas n�o levam em conta a dist�ncia da estrela, somente sua posi��o aparente na esfera celeste. O sistema equatorial, por ser baseado em um plano de refer�ncia comum e reconhecido para todos os observadores na superf�cie da Terra, o equador celeste, � o mais utilizado para definir a posi��o de uma fonte. As coordenadas s�o ascens�o reta (α), medida no equador a partir do ponto vernal, isto �, do ponto que representa a intersec��o do equador celeste com a ecl�ptica, e declina��o (δ), medida perpendicular ao equador, no meridiano do objeto. Outros sistemas, tamb�m compartilhados por todos, s�o o sistema de coordenadas Ecl�pticas (λ,ε) e as coordenadas Gal�ticas (l,b). As coordenadas ecl�pticas (λ,ε) tomam como referencia o plano da ecl�ptica, ou seja, o plano orbital terrestre em torno do Sol. A latitude ecl�ptica (λ) � o �ngulo da dire��o considerada em rela��o ao plano da ecl�ptica, enquanto que a longitude ecl�ptica (ε) � o �ngulo medido ao longo da ecl�ptica, com origem no ponto vernal.
O sistema Gal�tico toma como plano de refer�ncia o plano do disco da Via-L�ctea, nossa Gal�xia, que corresponde � latitude Gal�tica b=0°. A dire��o ao longo desse plano que corresponde � longitude Gal�tica l=0° � a do centro da Gal�xia.
Se o apontamento do telesc�pio fosse perfeito, as coordenadas do ponto de refer�ncia da imagem corresponderiam exatamente �s coordenadas (α0,δ0). Nesse caso ter�amos nas equa��es acima para α e δ, c=f=0. Em geral, o apontamento inicial � feito colocando o telesc�pio no z�nite e informando ao sistema de controle do telesc�pio as coordenadas geogr�ficas (latitude λ e longitude φ) do local e a data e hora local da observa��o. Com essas informa��es, � poss�vel determinar as coordenadas equatoriais que correspondem ao z�nite naquele instante (αz=tempo sideral local; δz=latitude do local), e o telesc�pio pode ser apontado para qualquer outra coordenada equatorial. Como o apontamento tem falhas, faz-se necess�rio incluir os termos c e f de corre��o na astrometria.
Os demais coeficientes (a, b, d e e) tamb�m s�o teoricamente conhecidos, pela escala de placa do telesc�pio, mas sempre h� necessidade de corre��es. Por exemplo, seja um telesc�pio cuja c�mara CCD est� orientada no plano focal de tal forma que a dire��o de y crescente corresponde ao norte e a dire��o de x crescente ao leste. Nesse caso ter�amos
Assim como no caso da centragem (apontamento) do telesc�pio, certa flexibilidade � necess�ria para acomodar varia��es na orienta��o do CCD com rela��o aos pontos cardeais, at� porque efeitos de deforma��o gravitacional sobre os componentes �pticos do detector podem induzir varia��es nos coeficientes de convers�o astrom�trica em fun��o da dire��o de apontamento.
Por vezes, a convers�o de coordenadas retangulares (x,y) em coordenadas equatoriais (α,δ) � afetada por deforma��es da imagem no plano focal. Sabemos que nem sempre a superf�cie onde se forma a imagem de um telesc�pio, e onde colocamos o detector, � plana, havendo por vezes efeitos de curvatura. Essas curvaturas em geral afetam mais as posi��es de objetos longe do centro da imagem. Assim, termos quadr�ticos em x e y podem ser necess�rios e precisam ser determinados empiricamente.
Necessariamente a aplica��o das transforma��es dadas acima, ou de outras que incluam termos quadr�ticos e cruzados, exige que os coeficientes sejam bem determinados, caso a caso. Isso, em geral, � feito pelo uso de estrelas de refer�ncia astrom�trica nos campos imageados. Estas estrelas de refer�ncia t�m suas coordenadas equatoriais bem conhecidas. As medidas da suas posi��es (xi,yi) na imagem, portanto, permitem que sejam determinados empiricamente os coeficientes. Em geral usa-se um conjunto de estrelas de refer�ncia e determinam-se os coeficientes por ajuste por m�nimos quadrados.
Uma vez obtidas as coordenadas equatoriais dos pontos da imagem, a convers�o para o sistema de coordenadas ecl�pticas ou Gal�ticas se d� por meio de transforma��es matem�ticas conhecidas, j� que essas convers�es equivalem a uma mudan�a de plano e eixos de refer�ncia, que s�o equivalentes a aplicar rota��es de um sistema para chegar ao outro.
Para
finalizar, h� ainda que se distinguir astrometria relativa (a um dado sistema)
de astrometria absoluta. O processo descrito acima � o de obten��o de valores
de coordenadas com rela��o a um conjunto de estrelas cujas posi��es s�o
conhecidas em um dado sistema, em geral o sistema equatorial de coordenadas. O
problema com esse sistema � que nem o plano do equador, nem a dire��o do ponto
vernal, que lhes servem de refer�ncia, constituem um referencial inercial,
j� que o equador e o eixo de rota��o da Terra variam de orienta��o no espa�o,
pois a Terra sofre perturba��es gravitacionais dos outros objetos do
Sistema Solar, em especial do Sol e da Lua. Essas perturba��es d�o origem
aos efeitos de
precess�o (per�odo=26 mil anos, amplitude=2×23,5°)
e nuta��o do eixo
(per�odo=18,6 anos, amplitude=9,2 segundos de arco).
Esses efeitos podem ser descritos
por modelos de din�mica gravitacional, mas ainda h� termos de deslocamento
dos p�los celestes que n�o s�o bem descritos pelos modelos,
j� que envolvem os campos gravitacionais de
v�rios corpos n�o esf�ricos. Assim, o sistema equatorial
sofre constante degrada��o,
precisando ser continuamente redefinido. � importante
notar que n�o faz sentido falar de coordenadas equatoriais sem
especificar a que equin�cio (ou seja, onde estava o
ponto vernal) elas se referem, que tamb�m muda com o tempo.
Al�m disso, a pr�pria �rbita da Terra em torno do Sol � perturbada em fun��o das intera��es gravitacionais interplanet�rias. Tanto o plano da �rbita quanto sua excentricidade sofrem perturba��es. E novamente, essas s�o apenas em parte modeladas com precis�o.
Assim, o ponto vernal, que � uma das dire��es de coincid�ncia entre o plano equatorial e o plano orbital, tamb�m varia, mesmo que o plano equatorial fosse fixo. Essa varia��o do plano orbital ent�o tamb�m exige que o sistema de coordenadas ecl�pticas seja descartado como um sistema inercial, posto que est� sempre sofrendo varia��es.
E para finalizar, as estrelas sofrem de movimentos pr�prios, causados pela acelera��o induzida pelo potencial gravitacional dentro da Gal�xia. Assim sendo, qualquer sistema de coordenadas baseado no uso de um conjunto de estrelas de refer�ncia, tamb�m � n�o inercial e sofre de degrada��o com o passar do tempo.
A defini��o de um sistema inercial de coordenadas, para o qual possamos atribuir um car�ter de sistema em repouso com rela��o � complicada din�mica dos objetos locais do Sistema Solar e da Gal�xia, � a de um sistema baseado em fontes distantes, quasares e r�dio-fontes. Estes est�o entre os objetos mais distantes que conhecemos no Universo. Suas posi��es relativas s�o totalmente desvinculadas da din�mica interna do Sistema Solar e da Gal�xia. Assim um sistema de coordenadas baseado nesses objetos como refer�ncia pode ser tido como absoluto, ou seja, n�o sofre uma degrada��o ao longo do tempo. Desde 2010 a Uni�o Astron�mica Internacional recomenda o International Celestial Reference Frame 2 (ICRF2, ver http://rorf.usno.navy.mil/ICRF2/), baseado em medidas de Very Long Baseline Interferometry (VLBI) de 323 radio fontes distantes como sistema de coordenadas de refer�ncia mais confi�vel, atingindo uma precis�o de 0,02 milissegundos de arco.
A corre��o na ascens�o reta e declina��o, para um astro com �ngulo hor�rio H em um local de latitude Φ � dada por
Segundo Alexei V. Filippenko (1982, Publications of the Astronomical Society of the Pacific, 94, 715), ao n�vel do mar (P=760mm Hg, T=15 C), o �ndice de refra��o do ar � dado por:
Para diferentes temperaturas e press�es,
Para uma altitude t�pica dos observat�rios de 2 km e uma latitude de ±30°, as condi��es m�dias s�o P=600mm Hg, T=7 C e f=8mm Hg. Substituindo nas express�es acima, pode-se calcular a refra��o em segundos de arco num comprimento de onda λ relativa � refra��o observada em 5000Å, para um astro de dist�ncia zenital z, atrav�s de:
O �ngulo paral�tico, η de um objeto � o �ngulo entre o polo e o z�nite,
medido no objeto. N�o confunda com a paralaxe.
Como o �ngulo de posi��o � medido a partir do polo, um �ngulo de
posi��o igual ao �ngulo paral�tico � perpendicular ao horizonte.
O �ngulo paral�tico pode ser calculado de:
Quando o objeto est� em quadratura, isto �, a 90° do Sol, a aberra��o orbital � nula, pois neste caso o movimento da �rbita da Terra em torno do Sol n�o est� nem se aproximando nem se afastando do objeto. A aberra��o diurna, devido � rota��o da Terra, depende da latitude do observador, sendo nula nos polos e m�xima no equador, j� que o polo n�o se move por rota��o, e � no m�ximo 0,32", quando o observador est� no equador, onde a velocidade � maxima, considerando-se a velocidade diurna de v=2πRTerra/dia=0,4651 km/s. Bradley calculou a velocidade da luz, obtendo c=301 000 km/s, comparando os �ngulos de observa��o de uma estrela com um intervalo de seis meses e usando a velocidade da �rbita da Terra, v, e o �ngulo φ entre o telesc�pio e a dire��o da �rbita da Terra c2=(c2+v2-2vccosφ)1/2.
Refer�ncias: William Marshall Smart, Textbook on Spherical Astronomy, 6th edition, 1977, Cambridge University Press, p. 67-73; Basilio Santiago, texto Astrometria.
As palavras chaves principais, com valores de exemplo, s�o:
CTYPE1 = 'RA---TAN' / Tipos de Coordenadas do eixo 1 CTYPE2 = 'DEC--TAN' / Tipos de Coordenadas do eixo 2 CRVAL1 = 1.497921667 / Valor da coordenada 1 no ponto de refer�ncia CRVAL2 = -10.310828889 / Valor da coordenada 2 no ponto de refer�ncia CRPIX1 = 537.75 / Pixel de refer�ncia da coordenada 1 CRPIX2 = 0.5 / Pixel de refer�ncia da coordenada 2 CD1_1 = -8.56E-05 / Matriz de transforma��o das coordenadas CD2_2 = -8.56E-05 / Matriz de transforma��o das coordenadas CDELT1 = -8.56E-05 / Valor da derivada da coordenada 1 CDELT2 = -8.56E-05 / Valor da derivada da coordenada 2
Por exemplo, uma imagem atual do SOAR tem no header:
RAPANGL = -90. / Position angle of RA axis (deg) DECPANGL= 0. / Position angle of DEC axis (deg) NAXIS = 2 / Number of axes NAXIS1 = 256 / Axis length NAXIS2 = 1024 / Axis length RA = 265.257417 / 17:41:01.7 RA (J2000) pointing (deg) DEC = -53.74644 / -53:44:47.1 DEC (J2000) pointing (deg) RADECSYS= 'FK5 ' / Deafult coordinate system RADECEQ = 'unavail ' / Default equinox CTYPE1 = 'RA---TNX' / Coordinate type CTYPE2 = 'DEC--TNX' / Coordinate type CRVAL1 = 1.497921667 / Coordinate reference value CRVAL2 = -10.310828889 / Coordinate reference value CRPIX1 = 537.75 / Coordinate reference pixel CRPIX2 = 0.5 / Coordinate reference pixel CD1_1 = -8.56E-05 / Coordinate matrix CD2_2 = -8.56E-05 / Coordinate matrix CDELT1 = -8.56E-05 CDELT2 = -8.56E-05 WAT0_001= 'system=image' / Coordinate system WAT1_001= 'wtype=tnx axtype=ra unavail=system' WAT2_001= 'wtype=tnx axtype=dec unavail=system'
Uma imagem do VLT:
NAXIS = 2 / # of axes in frame NAXIS1 = 2048 / # pixels/axis NAXIS2 = 1034 / # pixels/axis CRVAL1 = 265.25740 / value of ref pixel CRPIX1 = 1023.0 / Ref pixel in x-axis CTYPE1 = 'RA---TAN' / Coordinate system of x-axis CRVAL2 = -53.74644 / value of ref pixel CRPIX2 = 119.7 / Ref pixel in y-axis CTYPE2 = 'DEC--TAN' / Coordinate system of y-axis RA = 265.257417 / 17:41:01.7 RA (J2000) pointing (deg) DEC = -53.74644 / -53:44:47.1 DEC (J2000) pointing (deg) EQUINOX = 2000. / Standard FK5 (years) RADECSYS= 'FK5 ' / Coordinate reference frame CD1_1 = -7.000333000E-05 / Translation matrix element. CD1_2 = -0.000000000E+00 / Translation matrix element. CD2_1 = -0.000000000E+00 / Translation matrix element. CD2_2 = 7.000333000E-05 / Translation matrix element. HIERARCH ESO DET CHIP1 X = 1 / X location in array HIERARCH ESO DET CHIP1 Y = 2 / Y location in array HIERARCH ESO DET CHIP1 NX = 4096 / # of pixels along X HIERARCH ESO DET CHIP1 NY = 2048 / # of pixels along Y HIERARCH ESO DET CHIP1 PSZX = 15.0 / Size of pixel in X HIERARCH ESO DET CHIP1 PSZY = 15.0 / Size of pixel in Y HIERARCH ESO DET CHIP1 XGAP = 30.000000 / Gap between chips along x HIERARCH ESO DET CHIP1 YGAP = 480.000000 / Gap between chips along y
e do HST:
NAXIS = 2 / Number of axes NAXIS1 = 4096 / Axis length NAXIS2 = 2048 / Axis length / World Coordinate System and Related Parameters WCSAXES = 2 / number of World Coordinate System axes CRPIX1 = 2048.0 / x-coordinate of reference pixel CRPIX2 = 1024.0 / y-coordinate of reference pixel CRVAL1 = 265.2912834051976 / first axis value at reference pixel CRVAL2 = -53.73758959227231 / second axis value at reference pixel CTYPE1 = 'RA---TAN' / the coordinate type for the first axis CTYPE2 = 'DEC--TAN' / the coordinate type for the second axis CD1_1 = -4.918872670979227E-07 / partial of first axis coordinate w.r.t. x CD1_2 = -1.396917954171559E-05 / partial of first axis coordinate w.r.t. y CD2_1 = -1.384084948439698E-05 / partial of second axis coordinate w.r.t. x CD2_2 = -4.648150629445651E-07 / partial of second axis coordinate w.r.t. y LTV1 = 0.0000000E+00 / offset in X to subsection start LTV2 = 0.0000000E+00 / offset in Y to subsection start LTM1_1 = 1.0 / reciprocal of sampling rate in X LTM2_2 = 1.0 / reciprocal of sampling rate in Y ORIENTAT= -91.89333046290683 / position angle of image y axis (deg. e of n) RA_APER = 2.652613785123E+02 / RA of aperture reference position DEC_APER= -5.373888553233E+01 / Declination of aperture reference position PA_APER = -92.0979 / Position Angle of reference aperture center (deg) VAFACTOR= 1.000099395635E+00 / velocity aberration plate scale factor TELESCOP= 'HST' / telescope used to acquire data INSTRUME= 'ACS ' / identifier for instrument used to acquire data EQUINOX = 2000.0 / equinox of celestial coord. system RA_TARG = 2.652612333333E+02 / right ascension of the target (deg) (J2000) DEC_TARG= -5.373910833333E+01 / declination of the target (deg) (J2000) ECL_LONG= 266.753944 / ecliptic longitude of the target (deg) (J2000) ECL_LAT = -30.353201 / ecliptic latitude of the target (deg) (J2000) GAL_LONG= 338.133470 / galactic longitude of the target (deg) (J2000) GAL_LAT = -12.035856 / galactic latitude of the target (deg) (J2000) / OTHER COORDINATE SYSTEM INFORMATION APER_REF= 'JWFC ' / aperture used for reference position ELON_REF= 266.754033 / ecliptic longitude at reference position (deg) ELAT_REF= -30.352975 / ecliptic latitude at reference position (deg) GLON_REF= 338.133712 / galactic longitude at reference position (deg) GLAT_REF= -12.035819 / galactic latitude at reference position (deg)
O sistema de coordenadas FK5
( Fifth Fundamental catalogue) � anterior ao ICRS
(International Celestial Reference System, de 1998), e foi adotado pela IAU em 1984. O FK5 foi
baseado na posi��o de 1535 estrelas fundamentais do FK4 e FK3
(Kopff A., 1937, Dritter Fundamentalkatalog des Berliner Astronomischen Jahrbuchs. I. Die Auwers-Sterne f�r die Epochen 1925 und 1950, Ver�ff. Astron. Rechen-Institut Berlin-Dahlem, 54, 117;
Kopff A., 1938, Dritter Fundamentalkatalog des Berliner Astronomischen Jahrbuchs. II Die Zusatzsterne f�r die Epoche 1950, Abh. Preu�. Akad. Wiss. Phys.-math. Kl., 3), com
3117 novas estrelas fundamentais, com magnitudes entre 5,5 e 9,7.
O ICRS2 s� foi adotado em 2009. Por defini��o, o FK5 usa o equin�cio de 2000,
juliano, enquanto que o FK4 usa o de 1950, besseliano.
A proje��o TAN � um sistema de perspectiva gnom�nica zenital [Tales de
Miletus (c.624-547 a.C.], de plano tangente sem distor��es. As proje��es
zenitais mapeiam toda a esfera em um plano.
A proje��o TNX
n�o � padr�o. Ela segue a conven��o para uma proje��o no plano tangente,
mas adiciona um termo de distor��o n�o linear.
xi = CD1_1 * (x - CRPIX1) + CD1_2 * (y - CRPIX2) eta = CD2_1 * (x - CRPIX1) + CD2_2 * (y - CRPIX2)
xi' = xi + lngcor (xi, eta) eta' = eta + latcor (xi, eta)
As fun��es n�o-lineares lngcor(xi,eta) e latcor(xi,eta) s�o func�es polinomiais cujos coeficientes s�o dados nas palavras chaves WATj_nnn, onde j indica o eixo e nnn os coeficientes.
O dia juliano modificado, MJD (Modified Julian Date, corresponde a (JD - 2 400 000.5).
A p�gina do observat�rio virtual do NOAO (National Optical Astronomy Observatories) tem uma ferramenta para analisar e corrigir distor��es nestas indica��es de coordenadas.
Astrometry.net permite determinar as coordenadas equatoriais de qualquer imagem, calculando os tri�ngulos existentes na imagem e comparando-os com os calculados para todo o c�u, desde escalas de v�rios graus at� de alguns minutos de arco. N�o � necess�rio informar qualquer escala ou posi��o (Dustin Lang, David W. Hogg, Keir Mierle, Michael Blanton & Sam Roweis. 2010, Astronomical Journal, 139, 1782.)
Pr�xima:Aberra��es �ticas Volta: Telesc�pios Anterior: Miss�es Espaciais